quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Um Espírito Certo em Relação Àqueles que nos Ofenderam - (Filemom 25)


Um Espírito Certo em Relação Àqueles que nos Ofenderam - (Filemom 25)

Agora vamos voltar para a quarta vez que Paulo usa essas palavras de admoestação – Filemom 25. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito”. O contexto aqui é diferente novamente, tem a ver com receber e perdoar uma pessoa arrependida. Foi o caso em que havia um homem (Onésimo) que tinha ofendido seu mestre (Filemom) e tinha fugido, e agora ele estava arrependido e retornava. Ele precisava ser perdoado e recebido de volta de uma maneira correta. Onésimo tinha realmente injustiçado Filemom e Paulo estava com medo de que Filemom não fosse manter um espírito adequado de perdão para ele. Então ele deu-lhe esta palavra necessária de admoestação.
Isso é algo que também precisamos – um espírito indulgente para com todos os que nos ofendem. Deus está no processo de restaurar as pessoas e trazê-las de volta para o lugar onde deveriam estar entre seu povo e precisamos ter um espírito correto em recebê-las. É desnecessário dizer que houve ocasiões em que a pessoa voltou e certos irmãos não tiveram um espírito correto para com ela. Deus não pode estar contente conosco quando agimos assim. Precisamos ter o espírito de graça de que Paulo fala aqui e perdoar de coração a pessoa. A coisa triste sobre o perdão fraterno é que podemos pensar que temos um espírito indulgente para com alguém quando realmente não o temos. Nosso coração é tão enganoso! “Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e perverso: quem o conhecerá?” (Jr 17:9) Podemos dizer que está tudo certo e que perdoamos a pessoa, mas certas coisas que se seguem deixam claro que não temos perdoado. O Sr. Clark costumava dizer que enterramos o machado, mas ainda seguramos o cabo! Algumas pessoas não abrem mão. Eles têm muita dificuldade em perdoar alguém que os ofendeu. Nós os ouvimos dizer: “Eu posso perdoar, mas não posso esquecer!” Mas o que eles estão realmente dizendo é: “Eu não vou perdoar!” Você sabe que nesse caso, poderíamos estar indo na direção de alguma disciplina do Senhor porque Ele não ficará satisfeito com esse tipo de atitude.
A Bíblia diz que devemos perdoar uns aos outros como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32). Como Deus nos perdoou? Hebreus 10:17 diz: “jamais Me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades”. Ele nos perdoa e coloca nossos pecados fora de Sua mente para sempre. Nossos pecados não são mantidos contra nós. É triste dizer que alguns de nós parece manter um registro das coisas em nossa “lista negra” e procuram uma oportunidade para retaliar. Não é assim que Deus perdoa.
Vamos voltar para Mateus 18:21-35 para ver o que o Senhor tem a dizer sobre um espírito implacável. “Então Pedro, aproximando-se d’Ele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele sufocava o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste, não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também Meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.” Este é um aviso solene para quem não quer perdoar uma pessoa que o ofendeu.
Vemos nesta passagem a interação do perdão governamental e do perdão fraterno. Começa com Pedro perguntando ao Senhor quantas vezes ele deveria perdoar seu irmão. Os rabinos ensinaram que uma pessoa deveria perdoar seu irmão três vezes. Pedro estava disposto a ir até sete vezes. Mas ele queria a opinião do Senhor sobre isso. O Senhor disse: “até setenta vezes sete”, o que significa que devemos ter perdão ilimitado para com nosso irmão. Isso levou o Senhor apresentar uma parábola que ilustra o perigo de ter um espírito implacável.
Alguns imaginaram que esta parábola ilustra o perdão oferecido no evangelho, mas não há verdade nisso. A passagem não tem nada a ver com o perdão eterno (judicial). Eu aprecio o evangelista que pode encontrar o evangelho em quase todas as páginas de Sua Bíblia, mas não é disso que se está falando aqui. Estaríamos distorcendo esta passagem para aplicar o evangelho aqui. Digo isto porque o perdão que este homem recebeu foi revogado! O homem tinha o perdão, mas, em seguida, por causa de seu espírito implacável subsequente para com seu servo companheiro, foi tirado dele. Certamente não acreditamos que nosso perdão eterno possa ser tirado! Se fosse assim, então estamos dizendo que uma pessoa poderia ser salva e depois se perder novamente. Deus não salva uma pessoa e então, por causa do mau comportamento, tira sua salvação. Além disso, o senhor do servo perverso fala da possibilidade de ele sair da prisão, se e quando, tiver pagado tudo. Poderia levar algum tempo, mas havia uma possibilidade disso. Certamente não há ninguém aqui que acredite que é possível sair de uma eternidade perdida! Não, o evangelho não é o assunto aqui.
Como eu disse, está falando da interação entre o perdão governamental e o perdão fraterno. Eles estão conectados (Mc 11:25-26). A diferença entre o perdão eterno e o governamental é esta: o perdão eterno (ou judicial) é um perdão de uma pessoa recebe pela fé que a livra do eterno julgamento no mundo vindouro; perdão governamental é um perdão que uma pessoa recebe que a livra do julgamento governamental neste mundo. Um tem a ver com o futuro, o outro tem a ver com o tempo presente.
O perdão governamental tem a ver com os caminhos de Deus com Seus filhos. Se tivermos uma má atitude ou um espírito implacável, nosso Pai pode nos entregar aos “atormentadores” para corrigir nosso espírito em relação àqueles que nos ofenderam. Ele fará com que abramos as mãos e perdoemos de coração todos os que nos ofendem. Agora poderíamos perguntar: “Em que sentido um Cristão seria entregue aos ‘atormentadores’?” Significa que Deus fará com que esse espírito amargo e implacável que temos governando sobre nós seja levado até a um ponto em que somos atormentados por isso. É um julgamento governamental sobre nós, enviado para nos levar ao ponto em que finalmente abriremos mão e perdoaremos o agressor. Quando uma pessoa é entregue aos “atormentadores”, fica atormentado toda vez que ouve ou vê a pessoa a quem não quer perdoar. Ele continuará a ser atormentado até que desista e realmente perdoe a pessoa que o ofendeu.
Irmãos, precisamos ter um espírito correto nisso. Como Cristãos, devemos ser capazes de perdoar os outros melhor do que ninguém, tendo recebido um perdão tão grande de nosso Próprio Deus. Pense em como Ele tem sido gracioso para conosco em nossa vida por todas as ofensas que fizemos. Quantas vezes fizemos algo errado e o Senhor, em graça, não nos pegou e nos fez pagar por isso? E não podemos perdoar nosso irmão? É inconcebível que tenhamos dificuldade em perdoar alguém! Devemos ser especialistas em administrar perdão aos outros.
Alguns dirão que não perdoarão a pessoa até que a pessoa se arrependa porque Lucas 17:3-4 diz isso. Eles usarão este versículo para continuar com um espírito implacável. Diz: “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Agora podemos nos perguntar como entendemos estas duas passagens. Parece que se contradizem. Um diz para perdoar nosso irmão quando ele se arrepende e o outro não exige tal condição. No entanto, um olhar mais atento sobre as passagens indica que Mateus está se referindo ao nosso coração, enquanto Lucas está falando de nossa boca. São duas partes de uma única coisa. Se alguém se comportar de forma errada e pecar contra nós, o Senhor nos diz para perdoá-lo em nosso “coração”. Isso deve ser feito, independentemente de a pessoa confessar seu erro ou não. É importante que façamos isso para que não desenvolvamos um espírito de amargura. Como Deus trabalha no coração da pessoa e produz arrependimento, para que ele ou ela confesse o seu erro, então podemos expressar o nosso perdão a eles verbalmente. Foi colocado desta forma: devemos ter um reservatório de perdão em nosso coração para com a pessoa ofensora, imediatamente após ela nos ter ofendido. Deveria estar se acumulando em nossos corações esperando para ser entregue. Quando a pessoa vem e assume seu erro, podemos nos expressar e perdoá-la formalmente, dizendo: “Eu te perdoo”.

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