A Importância de Ter um Espírito Correto - Mantendo uma Atitude Correta ao Interagir com Outros
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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020
Ore por um Espírito Correto
Ore por um Espírito Correto
A última passagem que eu quero
recorrer é Salmo 51:10. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em
mim um espírito correto.” Davi havia falhado de uma forma muito séria, e
agora ele desejava ser restaurado ao Senhor. Ele desejava que não só seus
pecados fossem colocados de lado, mas que ele também teria um espírito certo. Se
sentirmos que não tivemos um espírito certo para com alguém em alguma matéria,
é isso que queremos fazer – orar para que o Senhor nos dê um espírito certo. É
uma boa oração para todos nós. Então seremos como Calebe e Daniel – dois homens
que tiveram um “espírito excelente” (Dn 5:12, 6:3; Nm 14:24).
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Eu só pensei que deveríamos
ter essas coisas diante de nós, porque vivemos em um dia difícil, com muitas
coisas frustrantes para provar nosso espírito e é fácil desenvolver um espírito
errado que vai estragar a nossa vida e testemunho. Que “a graça de nosso
Senhor Jesus Cristo seja com seu espírito”.
Aitofel
Aitofel
O indivíduo no Velho Testamento que ilustra um
espírito implacável é Aitofel. Vamos voltar para 2 Samuel 15:12, “Também
Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, à sua cidade de
Gilo, estando ele sacrificando os seus
sacrifícios”. E então, no versículo 31, “Então fizeram saber a Davi,
dizendo: Também Aitofel está entre os que se conjuraram com
Absalão.”
Houve uma conspiração no reino de Davi. Seu próprio
filho (Absalão) tinha se levantado contra ele. Desnecessário dizer que Davi estava
em apuros e fugiu para salvar sua vida e correu para o deserto para se refugiar.
Quando Absalão e todo o Israel se voltou contra ele, descobrimos que Aitofel,
amigo de Davi (Sl 41:9, 55:12-14), ficou do lado deles! Que choque e decepção
isso deve ter sido. No exato momento em que ele mais precisava de seu amigo, este
se virou contra ele. A razão para isso foi que Aitofel tinha um espírito
implacável em relação a Davi. Ele o abrigara profundamente em seu coração e
estava lá por um longo tempo, mas agora havia saído.
Se ligarmos o capítulo 11:3
com o capítulo 23:34, aprendemos que Aitofel era avô de Bate-Seba. E quando
Davi cometeu adultério com ela e matou seu marido, Aitofel guardou sentimentos
amargos em relação a Davi. Não achou que ele tinha recebido a devida disciplina
do Senhor por seu erro. (Lv 18:20, 29, 20:10; Dt 22:22). Não há menção de
qualquer espírito amargo em Aitofel até este momento. Ele tinha mantido bem
escondido. Hebreus 12:15 diz: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da
graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se
contaminem”. Todos sabemos o que é uma raiz. É algo que cresce abaixo da
superfície, e às vezes vai brotar do chão em um lugar longe da árvore. Isso nos
mostra que se não julgarmos um espírito amargo e implacável, mais cedo ou mais
tarde ele vai se exteriorizar. E isso explica por que Aitofel tomou partido
contra Davi quando este foi rejeitado.
Tendo permitido que essa raiz crescesse abaixo da superfície,
vemos que quando ela brotou era feia – muito feia. No capítulo 16:15-23 ele
aconselha Absalão a fazer Davi pagar por seu pecado dez vezes! Ele sugere que
ele vá para dez das concubinas de Davi. Ele tinha uma razão plausível para isso
– para fortalecer o compromisso do povo ao seu lado contra Davi – mas ele
realmente queria ver Davi pagando por seu adultério. Isso mostra que realmente
não tinha qualquer preocupação piedosa para o pecado de Davi; se ele tivesse,
não teria sugerido o mesmo pecado e dez vezes mais! Isso nos mostra que, se um
espírito implacável é deixado sem julgamento, ao longo do tempo ele se tornará
vingativo. No próximo capítulo (17), ele se oferece para sair para o deserto e
matar Davi! Esta foi outra vingança pela morte do marido de Bate-Seba. Tal é a
medida em que um espírito não julgado e amargurado agirá.
Oh, irmãos, precisamos ter um
espírito correto nessas situações e perdoar de coração. Que Deus nos dê a graça
de manter uma mão aberta para todos os que agem injustamente contra nós. O
Senhor Jesus é o nosso exemplo perfeito. Quando O levaram e O crucificaram, Ele
disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34).
Um Espírito Certo em Relação Àqueles que nos Ofenderam - (Filemom 25)
Um Espírito Certo em Relação Àqueles
que nos Ofenderam - (Filemom 25)
Agora vamos voltar para a
quarta vez que Paulo usa essas palavras de admoestação – Filemom 25. “A
graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito”. O contexto aqui é diferente
novamente, tem a ver com receber e perdoar uma pessoa arrependida. Foi o caso
em que havia um homem (Onésimo) que tinha ofendido seu mestre (Filemom) e tinha
fugido, e agora ele estava arrependido e retornava. Ele precisava ser perdoado
e recebido de volta de uma maneira correta. Onésimo tinha realmente injustiçado
Filemom e Paulo estava com medo de que Filemom não fosse manter um espírito adequado
de perdão para ele. Então ele deu-lhe esta palavra necessária de admoestação.
Isso é algo que também precisamos
– um espírito indulgente para com todos os que nos ofendem. Deus está no
processo de restaurar as pessoas e trazê-las de volta para o lugar onde
deveriam estar entre seu povo e precisamos ter um espírito correto em
recebê-las. É desnecessário dizer que houve ocasiões em que a pessoa voltou e
certos irmãos não tiveram um espírito correto para com ela. Deus não pode estar
contente conosco quando agimos assim. Precisamos ter o espírito de graça de que
Paulo fala aqui e perdoar de coração a pessoa. A coisa triste sobre o perdão
fraterno é que podemos pensar que temos um espírito indulgente para com alguém
quando realmente não o temos. Nosso coração é tão enganoso! “Enganoso é o coração, mais do que todas as
cousas, e perverso: quem o conhecerá?” (Jr 17:9) Podemos dizer que está
tudo certo e que perdoamos a pessoa, mas certas coisas que se seguem deixam
claro que não temos perdoado. O Sr. Clark costumava dizer que enterramos o
machado, mas ainda seguramos o cabo! Algumas pessoas não abrem mão. Eles têm muita
dificuldade em perdoar alguém que os ofendeu. Nós os ouvimos dizer: “Eu posso
perdoar, mas não posso esquecer!” Mas o que eles estão realmente dizendo é: “Eu
não vou perdoar!” Você sabe que nesse caso, poderíamos estar indo na direção de
alguma disciplina do Senhor porque Ele não ficará satisfeito com esse tipo de
atitude.
A Bíblia diz que devemos
perdoar uns aos outros “como também Deus vos perdoou em Cristo”
(Ef 4:32). Como Deus nos perdoou? Hebreus 10:17 diz: “jamais Me lembrarei de
seus pecados e de suas iniquidades”. Ele nos perdoa e coloca nossos pecados
fora de Sua mente para sempre. Nossos pecados não são mantidos contra nós. É
triste dizer que alguns de nós parece manter um registro das coisas em nossa “lista
negra” e procuram uma oportunidade para retaliar. Não é assim que Deus perdoa.
Vamos voltar para Mateus
18:21-35 para ver o que o Senhor tem a dizer sobre um espírito implacável. “Então
Pedro, aproximando-se d’Ele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão
contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até
sete, mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a
um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer
contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. E, não tendo ele
com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem
vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então
aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para
comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima
compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo,
encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão
dele sufocava o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro,
prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo
te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que
pagasse a dívida. Vendo, pois os seus conservos o que acontecia,
contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então
o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te
toda aquela dívida, porque me suplicaste, não devias tu igualmente ter
compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E,
indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o
que devia. Assim vos fará também Meu Pai celestial, se do coração não
perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.” Este é um aviso solene
para quem não quer perdoar uma pessoa que o ofendeu.
Vemos nesta passagem a
interação do perdão governamental e do perdão fraterno. Começa com Pedro
perguntando ao Senhor quantas vezes ele deveria perdoar seu irmão. Os rabinos
ensinaram que uma pessoa deveria perdoar seu irmão três vezes. Pedro estava
disposto a ir até sete vezes. Mas ele queria a opinião do Senhor sobre isso. O
Senhor disse: “até setenta vezes sete”, o que significa que devemos ter
perdão ilimitado para com nosso irmão.
Isso levou o Senhor apresentar uma parábola que ilustra o perigo de ter um
espírito implacável.
Alguns imaginaram que esta
parábola ilustra o perdão oferecido no evangelho, mas não há verdade nisso. A
passagem não tem nada a ver com o perdão eterno (judicial). Eu aprecio o evangelista
que pode encontrar o evangelho em quase todas as páginas de Sua Bíblia, mas não
é disso que se está falando aqui. Estaríamos distorcendo esta passagem para aplicar
o evangelho aqui. Digo isto porque o perdão que este homem recebeu foi
revogado! O homem tinha o perdão, mas, em seguida, por causa de seu espírito
implacável subsequente para com seu servo companheiro, foi tirado dele. Certamente
não acreditamos que nosso perdão eterno possa ser tirado! Se fosse assim, então
estamos dizendo que uma pessoa poderia ser salva e depois se perder novamente. Deus
não salva uma pessoa e então, por causa do mau comportamento, tira sua salvação.
Além disso, o senhor do servo perverso fala da possibilidade de ele sair da
prisão, se e quando, tiver pagado tudo. Poderia levar algum tempo, mas havia
uma possibilidade disso. Certamente não há ninguém aqui que acredite que é
possível sair de uma eternidade perdida! Não, o evangelho não é o assunto aqui.
Como eu disse, está falando da
interação entre o perdão governamental e o perdão fraterno. Eles estão
conectados (Mc 11:25-26). A diferença entre o perdão eterno e o governamental é
esta: o perdão eterno (ou judicial) é um perdão de uma pessoa recebe pela fé
que a livra do eterno julgamento no mundo vindouro; perdão governamental
é um perdão que uma pessoa recebe que a livra do julgamento governamental neste
mundo. Um tem a ver com o futuro, o outro tem a ver com o tempo presente.
O perdão governamental tem a
ver com os caminhos de Deus com Seus filhos. Se tivermos uma má atitude ou um
espírito implacável, nosso Pai pode nos entregar aos “atormentadores” para
corrigir nosso espírito em relação àqueles que nos ofenderam. Ele fará com que
abramos as mãos e perdoemos de coração todos os que nos ofendem. Agora
poderíamos perguntar: “Em que sentido um Cristão seria entregue aos ‘atormentadores’?”
Significa que Deus fará com que esse espírito amargo e implacável que temos
governando sobre nós seja levado até a um ponto em que somos atormentados por isso.
É um julgamento governamental sobre nós, enviado para nos levar ao ponto em que
finalmente abriremos mão e perdoaremos o agressor. Quando uma pessoa é entregue
aos “atormentadores”, fica atormentado toda vez que ouve ou vê a pessoa a quem
não quer perdoar. Ele continuará a ser atormentado até que desista e realmente
perdoe a pessoa que o ofendeu.
Irmãos, precisamos ter um espírito
correto nisso. Como Cristãos, devemos ser capazes de perdoar os outros melhor
do que ninguém, tendo recebido um perdão tão grande de nosso Próprio Deus. Pense
em como Ele tem sido gracioso para conosco em nossa vida por todas as ofensas
que fizemos. Quantas vezes fizemos algo errado e o Senhor, em graça, não nos pegou
e nos fez pagar por isso? E não podemos perdoar nosso irmão? É inconcebível que
tenhamos dificuldade em perdoar alguém! Devemos ser especialistas em administrar
perdão aos outros.
Alguns dirão que não perdoarão
a pessoa até que a pessoa se arrependa porque Lucas 17:3-4 diz isso. Eles
usarão este versículo para continuar com um espírito implacável. Diz: “Olhai
por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e, se ele se
arrepender, perdoa-lhe.” Agora podemos nos perguntar como entendemos estas
duas passagens. Parece que se contradizem. Um diz para perdoar nosso irmão quando
ele se arrepende e o outro não exige tal condição. No entanto, um olhar mais
atento sobre as passagens indica que Mateus está se referindo ao nosso coração,
enquanto Lucas está falando de nossa boca. São duas partes de uma única coisa.
Se alguém se comportar de forma errada e pecar contra nós, o Senhor nos diz
para perdoá-lo em nosso “coração”.
Isso deve ser feito, independentemente de a pessoa confessar seu erro ou não. É
importante que façamos isso para que não desenvolvamos um espírito de amargura.
Como Deus trabalha no coração da pessoa e produz arrependimento, para que ele
ou ela confesse o seu erro, então podemos expressar o nosso perdão a eles
verbalmente. Foi colocado desta forma: devemos ter um reservatório de perdão em
nosso coração para com a pessoa ofensora, imediatamente após ela nos ter
ofendido. Deveria estar se acumulando em nossos corações esperando para ser entregue.
Quando a pessoa vem e assume seu erro, podemos nos expressar e perdoá-la
formalmente, dizendo: “Eu te perdoo”.
Rute
Rute
A pessoa no Velho Testamento
que ilustra de uma bela maneira um espírito correto ao ser corrigida é Rute. Vamos
voltar para Rute 2:21-23 para ver isso. “E disse Rute, a moabita: Também (Boaz)
ainda me disse: Com os moços que tenho te ajuntarás, até que acabem toda a
sega que tenho. E disse Noemi, a sua nora, Rute: Melhor é, filha minha, que saias com as suas moças, para que noutro
campo não te encontrem. Assim, ajuntou-se com as moças de Boaz, para colher até
que a sega das cevadas e dos trigos se acabou; e ficou com a sua sogra.” E
então, no capítulo 3:10, “E disse ele (Boaz): Bendita sejas tu do Senhor, minha filha;
melhor fizeste esta tua última beneficência do que a primeira, pois após
nenhuns mancebos foste, quer pobre quer rico.”
No versículo 8 do capítulo 2
Boaz tinha dito a Rute para ficar próxima de suas donzelas durante a colheita. Ela
estava muito feliz e animada ao saber do favor dele em relação a ela e, quando
chegou em casa, disse à sua sogra o que tinha acontecido. Ela disse que Boaz
queria que ela ficasse junto com os rapazes, o que de alguma forma em sua
excitação ela havia se enganado. Ele nunca disse isso a ela. Garotas que gostam
de correr atrás de rapazes podem gostar dessa palavra, mas Rute estava enganada.
Naomi, que agora estava restaurada, teve o discernimento de saber que ele não
teria dito isso a ela e corrige o mal-entendido de Rute. Ela diz a ela para
ficar entre as moças de Boaz e assim Rute fez. Mais tarde, a coisa que Boaz
notou e apreciou sobre ela foi que ela não correu atrás dos jovens. Não é isto
bonito? Ela aceitou o ajuste e a correção em um espírito correto e Deus
trabalhou as coisas em sua vida para que ela colhesse o benefício.
Irmãos, podemos aceitar a correção? Se você pode, você
vai obter bênção disso. Eu tenho uma grande admiração por aqueles que podem
dizer que estão errados, porque eu sei como é difícil fazê-lo. Às vezes, Deus
nos permitirá sermos corrigidos por uma pessoa que previamente já teve esse mesmo
espírito. Talvez pensemos que ele não tem o direito de falar conosco, porque ele
mesmo falhou nessa mesma coisa, mas ele pode muito bem ser aquele que Deus vai
usar para expor a nossa má atitude. Independentemente de por quem vem a
correção, precisamos de graça para aceitá-la e se beneficiar com isso. Nós todos
“frequentemente ofendemos” (Tg 3:2 – JND) e precisamos de correção, às
vezes. E se a confissão do nosso erro for necessária, deve ser franca, real e
completa. Você não quer ser como o homem que veio e confessou que tinha roubado
alguns metros de corda, mas esqueceu de dizer que havia um cavalo preso à outra
extremidade!
Espírito Correto Quando Somos Corrigido por Outros - (Gálatas 6:18)
Espírito Correto Quando Somos
Corrigido por Outros - (Gálatas 6:18)
Vamos agora para Gálatas 6:18.
“A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso
espírito.” Aqui temos a mesma palavra de advertência dada aos gálatas, mas
é por uma razão totalmente diferente. Os gálatas tinham absorvido uma doutrina
terrivelmente errada em relação à lei e à graça e precisavam ser corrigidos. O apóstolo
Paulo escreveu para corrigir o erro deles e, antes de terminar sua epístola, lhes
deu esta palavra necessária. Conhecendo as tendências da natureza humana, Paulo
tinha razões para acreditar que eles poderiam se ressentir de ele lhes ter falado
da maneira firme que falou. Então, em graça, encerrou com esta palavra de
advertência. Ele desejava que eles recebessem a correção em um espírito correto
e não se ofendessem com o que ele disse.
Irmãos, precisamos estar
dispostos a ser corrigidos. Há uma tendência natural (mas carnal) em nosso
coração para reagir de uma maneira errada quando alguém nos fala sobre algo que
estamos fazendo de errado. Podemos abrigar sentimentos de ressentimento. Nenhum
de nós gosta de ser corrigido porque o nosso orgulho está em jogo e quanto mais
velhos ficamos, mais difícil é receber correção. Queridos irmãos mais jovens,
isso significa que o momento de aprender a verdade é agora quando você é jovem,
porque se você tem algum ponto errado de doutrina, quanto mais velho você fica,
mais difícil será para você aceitar os ajustes necessários. Este não deveria
ser o caso, porque à medida que amadurecemos na família de Deus, deveríamos ser
mais brandos, mas geralmente não é o caso! Eu costumava dizer: “Você
simplesmente não pode corrigir alguém que tem mais de 50 anos de idade!” Observe
que eu disse, “Eu costumava dizer isso” – Eu tenho mais de 50 anos agora
e eu sei o quão difícil é. Um velho pregador há muito tempo orou antes de dar
seu sermão: “Senhor, ajude-me a falar corretamente na primeira vez porque Tu
sabes como é difícil para mim admitir que estou errado”. Irmãos, aquele velho
pregador não é o único que tem essa dificuldade!
Eu acho que você sabe o que quero dizer. As três
palavras mais difíceis de se dizer em cada língua no mundo, se é alemão, ou
chinês, ou russo etc., é, “eu estava errado!” Tenho dificuldade em dizer
isso à minha mulher. Se eu tenho dificuldade em dizer isso a ela, como vou
dizer isso aos meus irmãos? Que o Senhor nos ajude a todos com isso.
Gideão
Gideão
Vamos abrir em Juízes 8:1-3
para uma ilustração de como devemos lidar com condições conturbadas e problemáticas
que surgem entre os irmãos. “Então os homens de Efraim lhes disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos
chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele
fortemente. Porém ele lhes disse: Que mais
fiz eu agora do que vós? não são
porventura os rabiscos[1] de
Efraim melhores do que a vindima de Abiezer? Deus vos deu na vossa mão aos
príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu logo fazer do que vós? Então a sua ira se abrandou
para com ele, quando falou esta palavra.”
Os efraimitas eram um povo
orgulhoso. Eles, na realidade, disseram de si mesmos: “sendo eu um tão
grande povo” (Js 17:14). Eles eram a maior tribo numericamente e tinham o
maior pedaço de terra na herança. Eles também tinham o tabernáculo em uma de suas
cidades (Siló), onde todas as outras tribos tinham que vir adorar. Estas coisas
alimentavam o orgulho deles. Eles pensavam que se alguma coisa tivesse de ser feita
em Israel, seria feita, afinal de contas, por e através deles! Quando Gideão
agiu por Deus e alcançou uma vitória sobre os midianitas, os efraimitas
naturalmente quiseram ter parte nessa glória. Temos aqui uma imagem da ambição e
do exibicionismo de que estávamos falando. Às vezes, há pessoas como essas na assembleia
e isso traz, para alguns, momentos de bastante prova.
Bem, como Gideão enfrentou
isso? Ele o enfrentou com a “mansidão e benignidade de Cristo” (2 Co
10:1). A Bíblia nos diz: “A resposta branda desvia o furor” (Pv 15:1), e
isso é exatamente o que aconteceu aqui. Gideão apaziguou os efraimitas. O que
ele estava realmente fazendo é o que Paulo disse aos filipenses para fazer, “cada
um considere os outros superiores a si mesmo”. Ele diz a eles: “O
que eu fiz em comparação com vocês? Você fez muito mais do que eu. Porque a
quantidade de uvas deixadas após a colheita em Efraim é maior do que toda a
colheita em Abiezer (cidade de Gideão)”. Além disso, ele se firma no fato de
que eles haviam capturado os príncipes dos midianitas que eram pessoas
importantes do exército midianita e lhes dá o crédito por esse bom trabalho.
A atitude de Gideão estava correta, mas não desculpa a
má atitude dos efraimitas. Se não nos julgarmos, mais cedo ou mais tarde vamos
nos deparar com alguém que não vai recuar e haverá um repugnante confronto. Isto
é exatamente o que aconteceu com os efraimitas no capítulo 12. Eles conheceram
um homem (Jefté) que não era do mesmo caráter que Gideão, e faíscas começaram a
voar. A coisa explodiu em uma guerra total entre o povo de Deus e muitos foram
mortos. Acredito que foi a primeira guerra civil em Israel.
Se comparamos passagens em
outros lugares no livro de juízes, aprenderemos que havia uma linhagem ruim
entre os efraimitas. Juízes 12:15 nos diz que os amalequitas realmente habitaram
entre os efraimitas. Quando a tribo de Efraim entrou para tomar sua porção na
terra, nos dias de Josué, eles “não os expeliram de todo” (Js 17:13). Assim,
eles se estabeleceram entre os amalequitas. Então lemos em Juízes 5:14[2] que
alguns deles tinham uma “raiz” em Amaleque, porque os efraimitas haviam
se casado com os amalequitas! Isso era inevitável. Primeiro eles habitaram
entre os amalequitas e então começaram a se casar com eles.
Como você sabe, na Escritura
os amalequitas falam da carne e das operações de Satanás. Isso explica por que
os efraimitas eram tão carnais. Desnecessário dizer que vamos nos deparar com pessoas
com este tipo de personalidade na assembleia e vai ser preciso graça para lidar
com eles em um espírito correto. Se não o fizermos, poderemos facilmente
destruir a unidade da assembleia. A personalidade efraimita na assembleia terá
sua disciplina no tempo certo de Deus. Cedo ou tarde eles vão encontrar o “Jefté”
deles, mas não deixe que este seja você. O Senhor não é indiferente às
injustiças de Seu povo. Nada na assembleia passa sem que Ele perceba, e se for preciso
ser tratado, Ele o trará à tona.
[1] N. do T.: O Concise Bible Dictionary diz que “... o resíduo (da colheita
– os rabiscos) deveria sempre ser deixado para os pobres. Lv 19:9-10;23:22; Rt
2:2-23” – pág. 319.
[2] “De Efraim
desceram os que tinham a sua raiz em Amaleque” (Jz 5:14 – AIBB)
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