quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Uma Publicação VERDADES VIVAS

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Ore por um Espírito Correto


Ore por um Espírito Correto

A última passagem que eu quero recorrer é Salmo 51:10. “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito correto.” Davi havia falhado de uma forma muito séria, e agora ele desejava ser restaurado ao Senhor. Ele desejava que não só seus pecados fossem colocados de lado, mas que ele também teria um espírito certo. Se sentirmos que não tivemos um espírito certo para com alguém em alguma matéria, é isso que queremos fazer – orar para que o Senhor nos dê um espírito certo. É uma boa oração para todos nós. Então seremos como Calebe e Daniel – dois homens que tiveram um “espírito excelente” (Dn 5:12, 6:3; Nm 14:24).

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Eu só pensei que deveríamos ter essas coisas diante de nós, porque vivemos em um dia difícil, com muitas coisas frustrantes para provar nosso espírito e é fácil desenvolver um espírito errado que vai estragar a nossa vida e testemunho. Que “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com seu espírito”.

Aitofel


Aitofel

O indivíduo no Velho Testamento que ilustra um espírito implacável é Aitofel. Vamos voltar para 2 Samuel 15:12, “Também Absalão mandou vir Aitofel, o gilonita, do conselho de Davi, à sua cidade de Gilo, estando ele sacrificando os seus sacrifícios”. E então, no versículo 31, “Então fizeram saber a Davi, dizendo: Também Aitofel está entre os que se conjuraram com Absalão.”
Houve uma conspiração no reino de Davi. Seu próprio filho (Absalão) tinha se levantado contra ele. Desnecessário dizer que Davi estava em apuros e fugiu para salvar sua vida e correu para o deserto para se refugiar. Quando Absalão e todo o Israel se voltou contra ele, descobrimos que Aitofel, amigo de Davi (Sl 41:9, 55:12-14), ficou do lado deles! Que choque e decepção isso deve ter sido. No exato momento em que ele mais precisava de seu amigo, este se virou contra ele. A razão para isso foi que Aitofel tinha um espírito implacável em relação a Davi. Ele o abrigara profundamente em seu coração e estava lá por um longo tempo, mas agora havia saído.
Se ligarmos o capítulo 11:3 com o capítulo 23:34, aprendemos que Aitofel era avô de Bate-Seba. E quando Davi cometeu adultério com ela e matou seu marido, Aitofel guardou sentimentos amargos em relação a Davi. Não achou que ele tinha recebido a devida disciplina do Senhor por seu erro. (Lv 18:20, 29, 20:10; Dt 22:22). Não há menção de qualquer espírito amargo em Aitofel até este momento. Ele tinha mantido bem escondido. Hebreus 12:15 diz: “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem”. Todos sabemos o que é uma raiz. É algo que cresce abaixo da superfície, e às vezes vai brotar do chão em um lugar longe da árvore. Isso nos mostra que se não julgarmos um espírito amargo e implacável, mais cedo ou mais tarde ele vai se exteriorizar. E isso explica por que Aitofel tomou partido contra Davi quando este foi rejeitado.
Tendo permitido que essa raiz crescesse abaixo da superfície, vemos que quando ela brotou era feia – muito feia. No capítulo 16:15-23 ele aconselha Absalão a fazer Davi pagar por seu pecado dez vezes! Ele sugere que ele vá para dez das concubinas de Davi. Ele tinha uma razão plausível para isso – para fortalecer o compromisso do povo ao seu lado contra Davi – mas ele realmente queria ver Davi pagando por seu adultério. Isso mostra que realmente não tinha qualquer preocupação piedosa para o pecado de Davi; se ele tivesse, não teria sugerido o mesmo pecado e dez vezes mais! Isso nos mostra que, se um espírito implacável é deixado sem julgamento, ao longo do tempo ele se tornará vingativo. No próximo capítulo (17), ele se oferece para sair para o deserto e matar Davi! Esta foi outra vingança pela morte do marido de Bate-Seba. Tal é a medida em que um espírito não julgado e amargurado agirá.
Oh, irmãos, precisamos ter um espírito correto nessas situações e perdoar de coração. Que Deus nos dê a graça de manter uma mão aberta para todos os que agem injustamente contra nós. O Senhor Jesus é o nosso exemplo perfeito. Quando O levaram e O crucificaram, Ele disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23:34).

Um Espírito Certo em Relação Àqueles que nos Ofenderam - (Filemom 25)


Um Espírito Certo em Relação Àqueles que nos Ofenderam - (Filemom 25)

Agora vamos voltar para a quarta vez que Paulo usa essas palavras de admoestação – Filemom 25. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito”. O contexto aqui é diferente novamente, tem a ver com receber e perdoar uma pessoa arrependida. Foi o caso em que havia um homem (Onésimo) que tinha ofendido seu mestre (Filemom) e tinha fugido, e agora ele estava arrependido e retornava. Ele precisava ser perdoado e recebido de volta de uma maneira correta. Onésimo tinha realmente injustiçado Filemom e Paulo estava com medo de que Filemom não fosse manter um espírito adequado de perdão para ele. Então ele deu-lhe esta palavra necessária de admoestação.
Isso é algo que também precisamos – um espírito indulgente para com todos os que nos ofendem. Deus está no processo de restaurar as pessoas e trazê-las de volta para o lugar onde deveriam estar entre seu povo e precisamos ter um espírito correto em recebê-las. É desnecessário dizer que houve ocasiões em que a pessoa voltou e certos irmãos não tiveram um espírito correto para com ela. Deus não pode estar contente conosco quando agimos assim. Precisamos ter o espírito de graça de que Paulo fala aqui e perdoar de coração a pessoa. A coisa triste sobre o perdão fraterno é que podemos pensar que temos um espírito indulgente para com alguém quando realmente não o temos. Nosso coração é tão enganoso! “Enganoso é o coração, mais do que todas as cousas, e perverso: quem o conhecerá?” (Jr 17:9) Podemos dizer que está tudo certo e que perdoamos a pessoa, mas certas coisas que se seguem deixam claro que não temos perdoado. O Sr. Clark costumava dizer que enterramos o machado, mas ainda seguramos o cabo! Algumas pessoas não abrem mão. Eles têm muita dificuldade em perdoar alguém que os ofendeu. Nós os ouvimos dizer: “Eu posso perdoar, mas não posso esquecer!” Mas o que eles estão realmente dizendo é: “Eu não vou perdoar!” Você sabe que nesse caso, poderíamos estar indo na direção de alguma disciplina do Senhor porque Ele não ficará satisfeito com esse tipo de atitude.
A Bíblia diz que devemos perdoar uns aos outros como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32). Como Deus nos perdoou? Hebreus 10:17 diz: “jamais Me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades”. Ele nos perdoa e coloca nossos pecados fora de Sua mente para sempre. Nossos pecados não são mantidos contra nós. É triste dizer que alguns de nós parece manter um registro das coisas em nossa “lista negra” e procuram uma oportunidade para retaliar. Não é assim que Deus perdoa.
Vamos voltar para Mateus 18:21-35 para ver o que o Senhor tem a dizer sobre um espírito implacável. “Então Pedro, aproximando-se d’Ele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete. Por isso o reino dos céus pode comparar-se a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; e, começando a fazer contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. E, não tendo ele com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Então o senhor daquele servo, movido de íntima compaixão, soltou-o e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos, que lhe devia cem dinheiros, e, lançando mão dele sufocava o, dizendo: Paga-me o que me deves. Então o seu companheiro, prostrando-se a seus pés, rogava-lhe, dizendo: Sê generoso para comigo, e tudo te pagarei. Ele, porém, não quis, antes foi encerrá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Vendo, pois os seus conservos o que acontecia, contristaram-se muito, e foram declarar ao seu senhor tudo o que se passara. Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste, não devias tu igualmente ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também Meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.” Este é um aviso solene para quem não quer perdoar uma pessoa que o ofendeu.
Vemos nesta passagem a interação do perdão governamental e do perdão fraterno. Começa com Pedro perguntando ao Senhor quantas vezes ele deveria perdoar seu irmão. Os rabinos ensinaram que uma pessoa deveria perdoar seu irmão três vezes. Pedro estava disposto a ir até sete vezes. Mas ele queria a opinião do Senhor sobre isso. O Senhor disse: “até setenta vezes sete”, o que significa que devemos ter perdão ilimitado para com nosso irmão. Isso levou o Senhor apresentar uma parábola que ilustra o perigo de ter um espírito implacável.
Alguns imaginaram que esta parábola ilustra o perdão oferecido no evangelho, mas não há verdade nisso. A passagem não tem nada a ver com o perdão eterno (judicial). Eu aprecio o evangelista que pode encontrar o evangelho em quase todas as páginas de Sua Bíblia, mas não é disso que se está falando aqui. Estaríamos distorcendo esta passagem para aplicar o evangelho aqui. Digo isto porque o perdão que este homem recebeu foi revogado! O homem tinha o perdão, mas, em seguida, por causa de seu espírito implacável subsequente para com seu servo companheiro, foi tirado dele. Certamente não acreditamos que nosso perdão eterno possa ser tirado! Se fosse assim, então estamos dizendo que uma pessoa poderia ser salva e depois se perder novamente. Deus não salva uma pessoa e então, por causa do mau comportamento, tira sua salvação. Além disso, o senhor do servo perverso fala da possibilidade de ele sair da prisão, se e quando, tiver pagado tudo. Poderia levar algum tempo, mas havia uma possibilidade disso. Certamente não há ninguém aqui que acredite que é possível sair de uma eternidade perdida! Não, o evangelho não é o assunto aqui.
Como eu disse, está falando da interação entre o perdão governamental e o perdão fraterno. Eles estão conectados (Mc 11:25-26). A diferença entre o perdão eterno e o governamental é esta: o perdão eterno (ou judicial) é um perdão de uma pessoa recebe pela fé que a livra do eterno julgamento no mundo vindouro; perdão governamental é um perdão que uma pessoa recebe que a livra do julgamento governamental neste mundo. Um tem a ver com o futuro, o outro tem a ver com o tempo presente.
O perdão governamental tem a ver com os caminhos de Deus com Seus filhos. Se tivermos uma má atitude ou um espírito implacável, nosso Pai pode nos entregar aos “atormentadores” para corrigir nosso espírito em relação àqueles que nos ofenderam. Ele fará com que abramos as mãos e perdoemos de coração todos os que nos ofendem. Agora poderíamos perguntar: “Em que sentido um Cristão seria entregue aos ‘atormentadores’?” Significa que Deus fará com que esse espírito amargo e implacável que temos governando sobre nós seja levado até a um ponto em que somos atormentados por isso. É um julgamento governamental sobre nós, enviado para nos levar ao ponto em que finalmente abriremos mão e perdoaremos o agressor. Quando uma pessoa é entregue aos “atormentadores”, fica atormentado toda vez que ouve ou vê a pessoa a quem não quer perdoar. Ele continuará a ser atormentado até que desista e realmente perdoe a pessoa que o ofendeu.
Irmãos, precisamos ter um espírito correto nisso. Como Cristãos, devemos ser capazes de perdoar os outros melhor do que ninguém, tendo recebido um perdão tão grande de nosso Próprio Deus. Pense em como Ele tem sido gracioso para conosco em nossa vida por todas as ofensas que fizemos. Quantas vezes fizemos algo errado e o Senhor, em graça, não nos pegou e nos fez pagar por isso? E não podemos perdoar nosso irmão? É inconcebível que tenhamos dificuldade em perdoar alguém! Devemos ser especialistas em administrar perdão aos outros.
Alguns dirão que não perdoarão a pessoa até que a pessoa se arrependa porque Lucas 17:3-4 diz isso. Eles usarão este versículo para continuar com um espírito implacável. Diz: “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe.” Agora podemos nos perguntar como entendemos estas duas passagens. Parece que se contradizem. Um diz para perdoar nosso irmão quando ele se arrepende e o outro não exige tal condição. No entanto, um olhar mais atento sobre as passagens indica que Mateus está se referindo ao nosso coração, enquanto Lucas está falando de nossa boca. São duas partes de uma única coisa. Se alguém se comportar de forma errada e pecar contra nós, o Senhor nos diz para perdoá-lo em nosso “coração”. Isso deve ser feito, independentemente de a pessoa confessar seu erro ou não. É importante que façamos isso para que não desenvolvamos um espírito de amargura. Como Deus trabalha no coração da pessoa e produz arrependimento, para que ele ou ela confesse o seu erro, então podemos expressar o nosso perdão a eles verbalmente. Foi colocado desta forma: devemos ter um reservatório de perdão em nosso coração para com a pessoa ofensora, imediatamente após ela nos ter ofendido. Deveria estar se acumulando em nossos corações esperando para ser entregue. Quando a pessoa vem e assume seu erro, podemos nos expressar e perdoá-la formalmente, dizendo: “Eu te perdoo”.

Rute


Rute

A pessoa no Velho Testamento que ilustra de uma bela maneira um espírito correto ao ser corrigida é Rute. Vamos voltar para Rute 2:21-23 para ver isso. “E disse Rute, a moabita: Também (Boaz) ainda me disse: Com os moços que tenho te ajuntarás, até que acabem toda a sega que tenho. E disse Noemi, a sua nora, Rute: Melhor é, filha minha, que saias com as suas moças, para que noutro campo não te encontrem. Assim, ajuntou-se com as moças de Boaz, para colher até que a sega das cevadas e dos trigos se acabou; e ficou com a sua sogra.” E então, no capítulo 3:10, “E disse ele (Boaz): Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua última beneficência do que a primeira, pois após nenhuns mancebos foste, quer pobre quer rico.”
No versículo 8 do capítulo 2 Boaz tinha dito a Rute para ficar próxima de suas donzelas durante a colheita. Ela estava muito feliz e animada ao saber do favor dele em relação a ela e, quando chegou em casa, disse à sua sogra o que tinha acontecido. Ela disse que Boaz queria que ela ficasse junto com os rapazes, o que de alguma forma em sua excitação ela havia se enganado. Ele nunca disse isso a ela. Garotas que gostam de correr atrás de rapazes podem gostar dessa palavra, mas Rute estava enganada. Naomi, que agora estava restaurada, teve o discernimento de saber que ele não teria dito isso a ela e corrige o mal-entendido de Rute. Ela diz a ela para ficar entre as moças de Boaz e assim Rute fez. Mais tarde, a coisa que Boaz notou e apreciou sobre ela foi que ela não correu atrás dos jovens. Não é isto bonito? Ela aceitou o ajuste e a correção em um espírito correto e Deus trabalhou as coisas em sua vida para que ela colhesse o benefício.
Irmãos, podemos aceitar a correção? Se você pode, você vai obter bênção disso. Eu tenho uma grande admiração por aqueles que podem dizer que estão errados, porque eu sei como é difícil fazê-lo. Às vezes, Deus nos permitirá sermos corrigidos por uma pessoa que previamente já teve esse mesmo espírito. Talvez pensemos que ele não tem o direito de falar conosco, porque ele mesmo falhou nessa mesma coisa, mas ele pode muito bem ser aquele que Deus vai usar para expor a nossa má atitude. Independentemente de por quem vem a correção, precisamos de graça para aceitá-la e se beneficiar com isso. Nós todos “frequentemente ofendemos” (Tg 3:2 – JND) e precisamos de correção, às vezes. E se a confissão do nosso erro for necessária, deve ser franca, real e completa. Você não quer ser como o homem que veio e confessou que tinha roubado alguns metros de corda, mas esqueceu de dizer que havia um cavalo preso à outra extremidade!

Espírito Correto Quando Somos Corrigido por Outros - (Gálatas 6:18)


Espírito Correto Quando Somos Corrigido por Outros - (Gálatas 6:18)

Vamos agora para Gálatas 6:18. “A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja, irmãos, com o vosso espírito.” Aqui temos a mesma palavra de advertência dada aos gálatas, mas é por uma razão totalmente diferente. Os gálatas tinham absorvido uma doutrina terrivelmente errada em relação à lei e à graça e precisavam ser corrigidos. O apóstolo Paulo escreveu para corrigir o erro deles e, antes de terminar sua epístola, lhes deu esta palavra necessária. Conhecendo as tendências da natureza humana, Paulo tinha razões para acreditar que eles poderiam se ressentir de ele lhes ter falado da maneira firme que falou. Então, em graça, encerrou com esta palavra de advertência. Ele desejava que eles recebessem a correção em um espírito correto e não se ofendessem com o que ele disse.
Irmãos, precisamos estar dispostos a ser corrigidos. Há uma tendência natural (mas carnal) em nosso coração para reagir de uma maneira errada quando alguém nos fala sobre algo que estamos fazendo de errado. Podemos abrigar sentimentos de ressentimento. Nenhum de nós gosta de ser corrigido porque o nosso orgulho está em jogo e quanto mais velhos ficamos, mais difícil é receber correção. Queridos irmãos mais jovens, isso significa que o momento de aprender a verdade é agora quando você é jovem, porque se você tem algum ponto errado de doutrina, quanto mais velho você fica, mais difícil será para você aceitar os ajustes necessários. Este não deveria ser o caso, porque à medida que amadurecemos na família de Deus, deveríamos ser mais brandos, mas geralmente não é o caso! Eu costumava dizer: “Você simplesmente não pode corrigir alguém que tem mais de 50 anos de idade!” Observe que eu disse, “Eu costumava dizer isso” – Eu tenho mais de 50 anos agora e eu sei o quão difícil é. Um velho pregador há muito tempo orou antes de dar seu sermão: “Senhor, ajude-me a falar corretamente na primeira vez porque Tu sabes como é difícil para mim admitir que estou errado”. Irmãos, aquele velho pregador não é o único que tem essa dificuldade!
Eu acho que você sabe o que quero dizer. As três palavras mais difíceis de se dizer em cada língua no mundo, se é alemão, ou chinês, ou russo etc., é, “eu estava errado!” Tenho dificuldade em dizer isso à minha mulher. Se eu tenho dificuldade em dizer isso a ela, como vou dizer isso aos meus irmãos? Que o Senhor nos ajude a todos com isso.

Gideão


Gideão

Vamos abrir em Juízes 8:1-3 para uma ilustração de como devemos lidar com condições conturbadas e problemáticas que surgem entre os irmãos. “Então os homens de Efraim lhes disseram: Que é isto que nos fizeste, que não nos chamaste, quando foste pelejar contra os midianitas? E contenderam com ele fortemente. Porém ele lhes disse: Que mais fiz eu agora do que vós? não são porventura os rabiscos[1] de Efraim melhores do que a vindima de Abiezer? Deus vos deu na vossa mão aos príncipes dos midianitas, Orebe e Zeebe; que mais pude eu logo fazer do que vós? Então a sua ira se abrandou para com ele, quando falou esta palavra.”
Os efraimitas eram um povo orgulhoso. Eles, na realidade, disseram de si mesmos: “sendo eu um tão grande povo” (Js 17:14). Eles eram a maior tribo numericamente e tinham o maior pedaço de terra na herança. Eles também tinham o tabernáculo em uma de suas cidades (Siló), onde todas as outras tribos tinham que vir adorar. Estas coisas alimentavam o orgulho deles. Eles pensavam que se alguma coisa tivesse de ser feita em Israel, seria feita, afinal de contas, por e através deles! Quando Gideão agiu por Deus e alcançou uma vitória sobre os midianitas, os efraimitas naturalmente quiseram ter parte nessa glória. Temos aqui uma imagem da ambição e do exibicionismo de que estávamos falando. Às vezes, há pessoas como essas na assembleia e isso traz, para alguns, momentos de bastante prova.
Bem, como Gideão enfrentou isso? Ele o enfrentou com a “mansidão e benignidade de Cristo” (2 Co 10:1). A Bíblia nos diz: “A resposta branda desvia o furor” (Pv 15:1), e isso é exatamente o que aconteceu aqui. Gideão apaziguou os efraimitas. O que ele estava realmente fazendo é o que Paulo disse aos filipenses para fazer, cada um considere os outros superiores a si mesmo”. Ele diz a eles: “O que eu fiz em comparação com vocês? Você fez muito mais do que eu. Porque a quantidade de uvas deixadas após a colheita em Efraim é maior do que toda a colheita em Abiezer (cidade de Gideão)”. Além disso, ele se firma no fato de que eles haviam capturado os príncipes dos midianitas que eram pessoas importantes do exército midianita e lhes dá o crédito por esse bom trabalho.
A atitude de Gideão estava correta, mas não desculpa a má atitude dos efraimitas. Se não nos julgarmos, mais cedo ou mais tarde vamos nos deparar com alguém que não vai recuar e haverá um repugnante confronto. Isto é exatamente o que aconteceu com os efraimitas no capítulo 12. Eles conheceram um homem (Jefté) que não era do mesmo caráter que Gideão, e faíscas começaram a voar. A coisa explodiu em uma guerra total entre o povo de Deus e muitos foram mortos. Acredito que foi a primeira guerra civil em Israel.
Se comparamos passagens em outros lugares no livro de juízes, aprenderemos que havia uma linhagem ruim entre os efraimitas. Juízes 12:15 nos diz que os amalequitas realmente habitaram entre os efraimitas. Quando a tribo de Efraim entrou para tomar sua porção na terra, nos dias de Josué, eles “não os expeliram de todo” (Js 17:13). Assim, eles se estabeleceram entre os amalequitas. Então lemos em Juízes 5:14[2] que alguns deles tinham uma “raiz” em Amaleque, porque os efraimitas haviam se casado com os amalequitas! Isso era inevitável. Primeiro eles habitaram entre os amalequitas e então começaram a se casar com eles.
Como você sabe, na Escritura os amalequitas falam da carne e das operações de Satanás. Isso explica por que os efraimitas eram tão carnais. Desnecessário dizer que vamos nos deparar com pessoas com este tipo de personalidade na assembleia e vai ser preciso graça para lidar com eles em um espírito correto. Se não o fizermos, poderemos facilmente destruir a unidade da assembleia. A personalidade efraimita na assembleia terá sua disciplina no tempo certo de Deus. Cedo ou tarde eles vão encontrar o “Jefté” deles, mas não deixe que este seja você. O Senhor não é indiferente às injustiças de Seu povo. Nada na assembleia passa sem que Ele perceba, e se for preciso ser tratado, Ele o trará à tona.


[1] N. do T.: O Concise Bible Dictionary diz que “... o resíduo (da colheita – os rabiscos) deveria sempre ser deixado para os pobres. Lv 19:9-10;23:22; Rt 2:2-23” – pág. 319.
[2] “De Efraim desceram os que tinham a sua raiz em Amaleque” (Jz 5:14 – AIBB)

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